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Artroscopia de Quadril



Artroscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, utilizada na área da Ortopedia, que visa auxiliar o tratamento de patologias intra e extra-articulares das diversas articulações do corpo humano, dentre elas quadril, ombro, joelho, punho ou tornozelo.


A artroscopia do quadril foi descrita inicialmente por Michael Samuel Burman, em 1931. A primeira aplicação clínica desta técnica foi realizada por Kenji Takagi, em 1939. Contudo, apenas a partir de 1970, James Michael Glick iniciou seus trabalhos clínicos na área, dando o primeiro passo para o desenvolvimento da artroscopia do quadril na América do Norte. A mesma ganhou força a partir da década de 90, com grandes nomes da ortopedia como Thomas Gerald Sampson, John Wilson Thomas Byrd e Marc Joseph Phillippon desenvolvendo novas técnicas de distração articular, instrumentais apropriados e tecnologias relacionadas à visualização articular.



Atualmente esta técnica operatória permite o tratamento de várias patologias, dentre elas: lesão do lábio acetabular e da cartilagem articular, corpos livres, condromatose sinovial, deformidades femorais ou acetabulares causadoras de impacto fêmoro-acetabular, sequelas de doenças da infância, displasia acetabular, ressalto interno e externo do quadril, bursite e tendinopatia glútea, síndrome do piriforme, entre várias outras.



As vantagens dos procedimentos artroscópicos em relação à cirurgia tradicional aberta são muitas, sendo as principais a menor invasão e traumatismo cirúrgico, a não necessidade da luxação articular, o menor risco de lesão à vascularização da cabeça femoral e a possibilidade de recuperação e reabilitação mais precoces.

Para se realizar este procedimento faz-se necessário a utilização de mesas ortopédicas específicas para esta finalidade, possibilitando assim a abertura da articulação do quadril através do mecanismo de distração articular. O procedimento consiste no tratamento das lesões através de pequenos orifícios confeccionados ao redor da articulação, chamados de portais artroscópicos. São utilizados instrumentos apropriados para este fim, dentre eles a câmera com visibilidade inclinada, pinças, palpadores, agulhas, cauterizadores, tesouras, lâminas, brocas e dispositivos para fixação das suturas com fios de alta resistência. Tal arsenal permite as mais diversas táticas para o tratamento destas patologias.



O que parece simples tem por base uma longa curva de aprendizado associado a uma formação técnica especializada, voltada para a área das cirurgias preservadoras de quadril e da medicina esportiva. Atualmente, soma-se a esta técnica os conceitos mais atualizados relacionados às terapias regenerativas e à reconstrução das estruturas articulares, através dos enxertos teciduais e produtos ortobiológicos.


Assim, pode-se observar a grande evolução que vem ocorrendo no desenvolvimento desta técnica. Esta evolução tecnológica e terapêutica possibilita entender de maneira mais precisa as conseqüências e as alterações que ocorrem aos exames físico e de imagem, levando assim, ao correto diagnóstico clínico antes de se indicar o tratamento pela técnica artroscópica. Tal fato possibilitou a mudança de paradigma na abordagem das várias das afecções do quadril que, até há pouco, ficavam limitadas à simples observação clínica e a terapêuticas não-invasivas.

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