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Impacto Fêmoro-acetabular

  • Andre Luiz Pellacani França
  • 19 de jul. de 2017
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de mai. de 2023


Condição clínica por muito tempo desconhecida e até hoje pouco diagnosticada. Sua importância vem crescendo dentro das patologias do quadril, graças ao aprimoramento dos métodos de imagem, da capacitação profissional e das técnicas e tratamentos disponíveis.​

O conceito inicial de Impacto Fêmoro-acetabular (IFA) foi desenvolvido com base no seu mecanismo fisiopatológico, onde um "impacto mecânico" ocorre durante o movimento articular de forma repetitiva, entre a cabeça e colo femoral e o rebordo acetabular (soquete da bacia onde a cabeça do fêmur articula). Este mecanismo pode ser decorrente de hipermobilidade articular ou de alterações na conformação do quadril (no fêmur, no acetábulo ou em ambos), estando associado à prática de atividade física, mesmo que recreacional. Sua importância decorre do fato de, em geral, acometer pessoas jovens e ativas, trazendo uma piora significativa da qualidade de vida de forma precoce.

A doença determina lesão progressiva de estruturas articulares (labrum e cartilagem articular), o que leva ao surgimento de sintomas como dor durante o movimento que desencadeia o impacto, num momento mais inicial e, posteriormente com o avançar da doença, até mesmo durante atividades cotidianas como permanecer sentado por tempo prolongado ou levantar-se do carro. Além disso, outro sintoma frequente é a limitação progressiva de movimentos do quadril acometido, como por exemplo a rotação interna (sentar com a perna cruzada por sobre a outra).​

Uma característica importante desta doença é a capacidade de gerar alterações degenerativas precoces e que determinem alteração do funcionamento biomecânico articular o que, quando não tratada adequadamente, determina a evolução para o quadro de osteoartrose do quadril. Por isso o tratamento adequado, quando realizado de forma mais precoce possível, além de devolver qualidade de vida à pessoa acometida, evita ainda a progressão irreversível para tal condição.

O IFA pode ser diagnosticado por meio de manobras específicas do exame físico ortopédico e de exames de imagem complementares, como a radiografia convencional e a ressonânica nuclear magnética. Testes terapêuticos por meio de infiltração articular com anestésico também podem ser necessários para discriminar a causa da dor ou confirmar uma lesão de característica duvidosa à imagem.

Nos últimos anos, com desenvolvimento e o emprego da técnica de artroscopia do quadril, houve uma revolução no tratamento cirúrgico desta patologia. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva há muito usada para tratamento de patologias de outras articulações (como joelho e ombro), que permite a correção das lesões e das condições predisponentes com eficiência, diminuindo muito a agressão cirúrgica causada por uma abordagem aberta e também o tempo de recuperação pós-operatório.

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