O papel do médico especialista na atualidade
- Andre Luiz Pellacani França
- 31 de dez. de 2018
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Com a evolução natural da medicina, o desenvolvimento tecnológico e o surgimento dos sistemas de informação e de inteligência artificial, os computadores e os robôs passaram a se tornar cada vez mais presentes no dia-a-dia do profissional da área da saúde. Tal desenvolvimento possibilitou a criação de novos instrumentos para auxiliar no diagnóstico das enfermidades, o surgimento de novas ferramentas que ampliam o arsenal terapêutico e permitiu ao público leigo um maior acesso às informações técnicas, acerca das suas patologias, principalmente com o advento da internet e das ferramentas de busca. Dessa forma, tais facilidades modificaram a essência do atendimento médico: anteriormente realizado por um profissional generalista retentor de informações, capaz de diagnosticar e tratar as enfermidades com base no seu exclusivo conhecimento técnico-profissional; para um atendimento atual, realizado por profissional especializado, contextualizado com as inovações tecnológicas e que não mais é o único detentor do conhecimento, uma vez que o público-alvo já chega ao consultório frequentemente com uma suspeita diagnóstica ou tendo iniciado alguma forma de tratamento. Assim, a demanda ao profissional especializado passa a ser não apenas a realização de um diagnóstico, mas também o entendimento da fisiopatologia, por detrás da doença, e dos fatores desencadeadores daquela moléstia. O médico precisa ir além seu exclusivo papel de informante, sendo também exigido no campo do raciocínio, no sentido de desenvolver o pensamento crítico e o entendimento do porquê do surgimento daquela patologia. Uma vez que o paciente compreende os motivos do desenvolvimento da sua doença, passa-se então à definição da terapêutica apropriada, individualizada para a realidade deste, logicamente levando-se em consideração não apenas as opções terapêuticas com base nas características da patologia, mas também as características do indivíduo, da sua realidade sócio-econômica e da experiência prática do profissional. Quando considerada a especialidade médica da Ortopedia e Traumatologia, ciência esta que lida com as patologias do sistema musculo-esquelético, cujas principais funções são a sustentação-locomoção do corpo no espaço e a realização de atividades motoras, observa-se que grande parte das vezes as moléstias estarão associadas de alguma forma à realização de atividade física, notando-se prioritariamente dois grandes grupos: as patologias desencadeadas pela falta de condicionamento físico e as desencadeadas pela realização de atividades físicas, seja as realizadas de forma inadequada ou aquelas realizadas de forma excessiva. Cabe ao profissional ortopedista com base numa propedêutica minuciosa analisar a queixa, a lesão e sua fisiopatologia, discriminando em qual destas realidades sua doença ocorreu e qual a melhor forma de tratamento para cura, alívio ou conforto desta, seja do ponto de vista conservador ou cirúrgico. Daí a importância de se buscar um profissional atualizado, tecnicamente capacitado e familiarizado com as diversas opções terapêuticas disponíveis, além de empático e humano na sua lide com o paciente.
Artigo regidido por Dr. André França
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