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Raio X - Ferramenta fundamental para o Cirurgião de Quadril

  • Andre Luiz Pellacani França
  • 29 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ) - O Quadril. Maio, 2016. 10-11. (adaptado)

A radilogia convencional seguramente continua tendo papel fundamental para análise do aparelho locomotor, particularmente do quadril. Permite uma boa avaliação do arcabouço ósseo, quanto às texturas e morfologias, o que contribui na identificação e caracterização de deformidades (congênitas ou adquiridas), fraturas, erosões marginais e lesões ósseas focais.

A colocação é do radiologista Xavier Stump, médico sênior da Equipe de Radiologia Osteomuscular do Grupo Fleury, que foi ouvido por O Quadril a respeito da opção entre a radiologia convencional e a digital, dúvida de muitos cirurgiões de quadril.

O especialista afirma que a radiologia convencional é indispensável na avaliação da interlinha articular, permitindo também a identificação dos sinais associados á artrose como cistos subcondrais, osteocondensação subcondral e osteofitose marginal. Mostra alterações nas partes moles como entesófitos, calcificações e ossificações; bem como sinais indiretos de derrame articular e efeitos de massa.

Para explorar este método, como qualquer outro, é necessário rigor técnico, diz o especialista, que confessa que frequentemente a radiografia não é bem-feita no Brasil. É preciso utilizar equipamento de Raio-X adequado, com maior potência, visto que a região é de maior espessura.

Também é fundamental realizar as incidências corretas para a dúvida clínica em questão de forma precisa, para que possam ser comparadas num estudo evolutivo. A presença de um intensificador de imagem possibilitando a radioscopia auxilia bastante no posicionamento correto das incidências, permitindo maior reprodutibilidade entre estas e aumentando bastante a confiança na comparação seriada das imagens, aspecto fundamental no acompanhamento das doenças articulares e das próteses de quadril.

Xavier Stump lembra, as vantagens inegáveis da utilização de aparelhos digitais para aquisição de imagens, que permitem a utilização de filtros com melhoria da imagem mesmo se a técnica radiográfica não foi a mais correta. Outra grande vantagem na imagem digital é a possibilidade de trabalhar a imagem em estações de leitura, permitindo um ajuste dos tons de cinza (janela) focados na área de interesse, como por exemplo nas partes moles, realização de ampliações focadas e aquisição de medidas lineares e angulares, de fundamental importância para o estudo músculo-esquelético e biomecânico, particularmente na coluna vertebral, bacia e nos membros inferiores. Outra grande vantagem da digitalização é a facilidade do arquivamento permitindo os estudos comparativos.

Portanto o estudo radiográfico tem como premissa para alcançar todas suas possibilidades o preenchimento dos requisitos acima.

O desenvolvimento de aparelhos com capacidade de captação mais sensível, com menores doses de radiação e com abrangência de campos maiores, que inclusive poderão cobrir todo o esqueleto permitindo o estudo em pé, será fundamental para a compressão biomecânica global e auxiliará em muito nas decisões cirúrgicas do ortopedista. Um exemplo crescente é a compreensão das relações da coluna com a bacia e consequentemente com o quadril na decisão da colocação de uma prótese de quadril e mesmo do posicionamento desta.

Stump lembra que o estudo radiográfico convencional completou 120 anos e que no decorrer destes, a radiografia convencional foi o direcionador da maior parte das condutas ortopédicas. Reforça também que tais condutas continuam a ter seus resultados acompanhados por essa técnica, bem como sua utilização frequente no centro cirúrgico na forma de radioscopia ou de radiografia.

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